sábado, 25 de julho de 2009

Revolução

Foi como ter visto Nijinski dançar,
eu imagino.
Arregaçar as frestas da face
para toda aquela subversão!
Golpe certeiro na mesmice.
Foi assim:
você, diante de mim.















É de se pensar
como um signo pode
magoar a carne.
A letra, brasa dormente,
enche de tristeza,
surpreende e mata
como fogo grego.

Em meu silêncio lento,
a fúria: agora paralítica.
Só a dor vazia e muda
me enche a alma.
Peito embebido em gasolina
e na boca:
a palavra-faísca.

Revolução







Olhos novos
pregados na cara.

Memória tátil




A ponta dos dedos
não esquece o calor
daquelas carnes
feitas de festa,
bom agouro e de um rubro –
do mais vermelho que já vi.

Dela


Dela:
"Eu sei
que sou
essa pessoa
assim..."